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quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Epilepsia do Lobo Temporal

Sobre a Epilepsia      
            O nome Epilepsia vem do grego Epilambanein, que significa ser atacado, dominado.
            Em 2000 a.C a epilepsia era associada a fênomenos sobrenaturais; em 400 a.C Hipócrates levantou a hipótese de a doença estar associada ao cérebro, porém na Roma antiga, dizia-se que a doença era contagiosa e seu portador um ser impuro, já na Europa Medieval acreditava-se ser transmitida pelas vias respiratórias. Apenas no século XVII, com Descartes, houve a confirmação de que sua origem estava no cérebro, afirmando-se como um disturbio cerebral no século XX quando, em 1929, Hans Berger desenvolveu o EEG, possibilitando maior compreensão científica sobre a doença.
            A Epilepsia é uma disfunção fisiológica temporária do cérebro, causada por uma descarga elétrica súbita, hipersincrônica, anormal, autolimitada, excessiva e descontrolada de neurônios corticais. É caracterizada por crises recorrentes  na ausência  de condições toxicometabólicas do organismo associadas à patologias estruturais ou neuroquímicas do cerebro que desequilibram a sua atividade elétrica.








1 – Vesículas Sinápticas
2 – Segundos Mensageiros
3 – Receptores Celulares Pré-sinápticos
4 – Neurotransmissores
5 – Bombas de Recaptação
6 – Receptores Celulares Pós-sinápticos






            As manifestações clínicas da doença dependem da localização do grupo neural envolvido, havendo vários tipos de epilepsia, entre eles: Epilepsia Mioclônica Juvenil (EMJ); Epilepsia do Lobo Temporal (ELT); Epilepsia do Lobo Frontal (ELF); Epilepsia da Infância e Adolescência.

As funções do Lobo Temporal
ü  Giro temporal transverso e Giro superior = audição.
ü  Giro temporal médio e parte do temporal superior e do temporal inferior = área gnósica auditiva (percepção dos sons).
ü  Área septal = um dos centros corticais do prazer, também relacionado com outras funções.
ü  Formação do unco e parte anterior do Giro parahipocampal =  percepção dos odores e funções límbicas.
ü  Giro do cíngulo = integração das sensações olfativas e visuais e reações emocionais à dor e a regulação do comportamento agressivo.
ü  Formação hipocampal = memória.
ü  Subículo e córtex entorrinal = memória e aprendizado.
ü  Área de associação temporal superior = entendimento da conversa e percepção da linguagem escrita.
ü  Envolve as estruturas do lobo temporal, especialmente o hipocampo, a amígdala e o giro parahipocampal.

A Epilepsia do Lobo temporal
            É o tipo de epilepsia de maior prevalência, correspondendo a cerca de 40% das epilepsias, sendo a forma mais frequente em pacientes adultos.
            É caracterizada por uma súbita intrusão de experiências extraordinárias, havendo manifestações clínicas em apenas 25% dos casos.
           Envolve as estruturas do lobo temporal, especialmente o hipocampo, a amígdala e o giro parahipocampal.

Hipocampo: responsável pela emoção e conversão da memória de curto prazo em memória de longo prazo. Amígdala: reguladora do comportamento sexual e da agressividade, responsável também pelo registro e decifração dos padrões perceptuais. Giro Parahipocampal: responsável pela emoção e a percepção objetiva dos odores.

Sintomas da ELT
            Experiências religiosas/espirituais; Experiências cognitivas; Déjà vu (já visto); Jamais vu (nunca visto); Alucinação visual ou auditiva; Despersonalização (sentimento de irrealidade); Estado de sonho; Medo; Sensação de prazer e felicidade.

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Referências
ROWLAND, Lewis P., Merrit Tradado de Neurologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000.
            FUENTES, Daniel, et al. Neuropsicologia: teoria e prática. Porto Alegre: Artmed, 2008.
http://www.puc-campinas.edu.br/centros/ccv/revcienciasmedicas/artigos/v19n1-6a9.pdf Site visitado dia 05/10/11 às 14h35min.
            http://www.redepsi.com.br/portal/modules/soapbox/article.php?articleID=300 Site visitado dia 05/10/11 às 18h15min.
           http://www.revistaneurociencias.com.br/edicoes/2011/RN1901/revisao/382%20revisao.pdf Site visitado dia 07/10/11 às 17h.

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Elaborado por: Liliane de Oliveira e Renata Gobbi

 

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Desejo



Desejo, primeiro, que você ame, e que amando, também seja amado.
E que se não for, seja breve em esquecer, e esquecendo, não guarde mágoa.
Desejo, pois, que não seja assim, mas se for, saiba ser sem desesperar.

Desejo também que você tenha amigos, que mesmo maus e inconsequentes sejam corajosos e fiéis, e que pelo menos em um deles você possa confiar sem duvidar.
E porque a vida é assim, desejo ainda que você tenha inimigos, nem muitos, nem poucos, mas na medida exata para que, algumas vezes, você se interpele a respeito de suas próprias certezas.
E que, entre eles, haja pelo menos um que seja justo, para que você não se sinta demasiado seguro.

Desejo, depois, que você seja útil, mas não insubstituível.
E que nos maus momentos, quando não restar mais nada, essa utilidade seja suficiente para manter você de pé.
Desejo ainda que você seja tolerante, não com os que erram pouco, porque isso é fácil, mas com os que erram muito e irremediavelmente, e que fazendo bom uso dessa tolerância, você sirva de exemplo aos outros.

Desejo que você, sendo jovem, não amadureça depressa demais,e que, sendo maduro, não insista em rejuvenescer, e que, sendo velho, não se dedique ao desespero.
Porque cada idade tem o seu prazer e a sua dor e é preciso deixar que eles escorram por entre nós.
Desejo por sinal que você seja triste. não o ano todo, mas apenas um dia.
Mas que nesse dia descubra que o riso diário é bom, o riso habitual é insosso e o riso constante é insano.
Desejo que você descubra, com a máxima urgência, acima e a despeito de tudo, que existem oprimidos, injustiçados e infelizes, e que estão à sua volta.

Desejo ainda que você afague um gato, alimente um cuco e ouça o joão-de-barro erguer triunfante o seu canto matinal, porque, assim, você se sentirá bem por nada.

Desejo também que você plante uma semente, por mais minúscula que seja, e acompanhe o seu crescimento, para que você saiba de quantas muitas vidas é feita uma árvore.
Desejo, outrossim, que você tenha dinheiro, porque é preciso ser prático.
E que pelo menos uma vez por ano coloque um pouco dele na sua frente e diga "isso é meu", só para que fique bem claro quem é o dono de quem.

Desejo também que nenhum de seus afetos morra, por ele e por você, mas que se morrer, você possa chorar sem se lamentar e sofrer sem se culpar.

Desejo por fim que você, sendo um homem, tenha uma boa mulher, e que, sendo uma mulher, tenha um bom homem.
E que se amem hoje, amanhã e no dia seguinte, e quando estiverem exaustos e sorridentes, ainda haja amor para recomeçar.
E se tudo isso acontecer, não tenho mais a te desejar.

               Victor Hugo

        Foi um novelista, poeta, dramaturgo, ensaista, artista, estadista e ativista pelos direitos humanos francês de grande atuação política em seu país.
        É autor de Les Miserábles e de Notre-Dame de Paris, entre outras obras.