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segunda-feira, 21 de novembro de 2011

A Doença de Parkinson

A Doença de Parkinson é uma doença degenerativa do SNC que causa desordem no movimento corporal. Ela acomete prevalentemente pessoas com idades entre 45 e 60 anos, podendo ocorrer, raramente, em pessoas mais novas. Estudos estatísticos indicam que atualmente o Parkinson afeta cerca de 0,5% da população mundial, apresentando distribuição universal, atingindo todos os grupos étnicos e socioeconômicos.Seu diagnóstico é feito por exclusão.
No Parkinson ocorre a degeneração dos neurónios produtores de dopamina, devido há defeitos nas enzimas envolvidas na quebra das proteínas alfanucleína e/ou parkina. Esses defeitos levam à acumulação dessas proteínas ao longo do tempo, formando os Corpúsculos de Lewy (visiveis ao microscópico), traduzindo-se na morte dos neurônios dopaminérgicos que expressam essas proteínas, ou na sua disfunção durante a velhice. O local primordial de degeneração celular é a substância nigra, presente na base do mesencéfalo.

Corpúsculos de Lewy      


Substância Nigra

A substância nigra está intimamente ligada aos nossos movimentos voluntários e involuntários e o entendimento e a mediação deste movimentos dependem dos neuônios dopaminérgicos, pois a dopamina liberada e produzida adequadamente nos possibilita responder aos estímulos musculares, isso ocorre porque ela estimula os gânglios basais que respondem com um efeito inibidor da formação reticular que irá enviar para a medula espinhal a informação e a estimulação adequada dos músculos, acarretando em uma atividade muscular controlada.
Quando há esta degeneração dos neurônios produtores de dopamina todos os nossos movimentos ficam alterados, pois a dopamina que deveria atuar nos gânglios basais não estará disponível na quantidade necessária, prejudicando assim o efeito inibidor sobre a formação reticular e sem esse efeito a informação que chegará na medula espinhal será inadequada, causando assim o aumento da tensão e do tremor musculares.


Os sintomas desta doença começam a ser percebidos quando cerca de 60 a 80% dos neurônios já foram degenerados. Os sintomas são bem característicos, pois estão ligados aos movimentos motores e posturais, sendo eles: inclinação do tronco para frente; alterações na fala e na escrita; marcha lenta e arrastada; rigidez e tremor da cabeça; rigidez e tremor das extremidades.
Para manter a qualidade de vida destes pacientes é preciso manter, também, suas atividades psicossociais e para isso é importante realizar uma psicoeducação sobre a doença, tanto para o paciente, quanto para seus familiares, assim eles conseguem entender o que está acorrendo e acabam aceitando a doença e seu tratamento. Ocorrendo este entendimento e aceitação das novas condições de vida, este paciente poderá (dependendo do seu grau de acometimento) manter sua autonomia, realizando atividades que não lhe coloquem em risco, como cuidar da limpeza da casa.
Não podemos, jamais, deixar de auxiliar os cuidadores destes pacientes, proporcionando lhes o conhecimento necessário para o manejo, tanto das medicações quanto das necessidades destes doentes, tornando assim a relação entre eles menos dolorosa.
Assim como outras doenças degenerativas do SNC, a Doença de Parkinson ainda está sendo muito estudada. Há diferentes pesquisas sobre sua causa e seu tratamento, umas dizendo que há possibilidade de o Mal de Parkinson não ser uma doença única, e sim um aglomerado de outras doenças que, unidas, resultam neste “mal”, outras propõem que a Doença de Parkinson não tenha sua origem no cérebro e sim em “defeitos” em algumas proteínas musculares que, posteriormente, migram para o SNC. Para o tratamento da Doença de Parkinson, há estudos sobre a utilização da cannabis, pois esta atuaria na estimulação dos gânglios basais, possibilitando sua resposta inibidora para a formação reticular, diminuindo a tensão e o tremor musculares.


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Referências
            FUENTES, Daniel, et al. Neuropsicologia: teoria e prática. Porto Alegre: Artmed, 2008.
            http://pt.wikipedia.org/wiki/Doen%C3%A7a_de_Parkinson visitado em 25/10/2011 às 19h.
http://www.parkinson.org.br/firefox/oquee.html visitado em 26/10/2011 às 18h.
http://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=mal-de-parkinson&id=5162 visitado em 26/10/2011 às 18h30min.


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Elaborado por: Karin Hachler, Liliane de Oliveira e Renata Gobbi

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Epilepsia do Lobo Temporal

Sobre a Epilepsia      
            O nome Epilepsia vem do grego Epilambanein, que significa ser atacado, dominado.
            Em 2000 a.C a epilepsia era associada a fênomenos sobrenaturais; em 400 a.C Hipócrates levantou a hipótese de a doença estar associada ao cérebro, porém na Roma antiga, dizia-se que a doença era contagiosa e seu portador um ser impuro, já na Europa Medieval acreditava-se ser transmitida pelas vias respiratórias. Apenas no século XVII, com Descartes, houve a confirmação de que sua origem estava no cérebro, afirmando-se como um disturbio cerebral no século XX quando, em 1929, Hans Berger desenvolveu o EEG, possibilitando maior compreensão científica sobre a doença.
            A Epilepsia é uma disfunção fisiológica temporária do cérebro, causada por uma descarga elétrica súbita, hipersincrônica, anormal, autolimitada, excessiva e descontrolada de neurônios corticais. É caracterizada por crises recorrentes  na ausência  de condições toxicometabólicas do organismo associadas à patologias estruturais ou neuroquímicas do cerebro que desequilibram a sua atividade elétrica.








1 – Vesículas Sinápticas
2 – Segundos Mensageiros
3 – Receptores Celulares Pré-sinápticos
4 – Neurotransmissores
5 – Bombas de Recaptação
6 – Receptores Celulares Pós-sinápticos






            As manifestações clínicas da doença dependem da localização do grupo neural envolvido, havendo vários tipos de epilepsia, entre eles: Epilepsia Mioclônica Juvenil (EMJ); Epilepsia do Lobo Temporal (ELT); Epilepsia do Lobo Frontal (ELF); Epilepsia da Infância e Adolescência.

As funções do Lobo Temporal
ü  Giro temporal transverso e Giro superior = audição.
ü  Giro temporal médio e parte do temporal superior e do temporal inferior = área gnósica auditiva (percepção dos sons).
ü  Área septal = um dos centros corticais do prazer, também relacionado com outras funções.
ü  Formação do unco e parte anterior do Giro parahipocampal =  percepção dos odores e funções límbicas.
ü  Giro do cíngulo = integração das sensações olfativas e visuais e reações emocionais à dor e a regulação do comportamento agressivo.
ü  Formação hipocampal = memória.
ü  Subículo e córtex entorrinal = memória e aprendizado.
ü  Área de associação temporal superior = entendimento da conversa e percepção da linguagem escrita.
ü  Envolve as estruturas do lobo temporal, especialmente o hipocampo, a amígdala e o giro parahipocampal.

A Epilepsia do Lobo temporal
            É o tipo de epilepsia de maior prevalência, correspondendo a cerca de 40% das epilepsias, sendo a forma mais frequente em pacientes adultos.
            É caracterizada por uma súbita intrusão de experiências extraordinárias, havendo manifestações clínicas em apenas 25% dos casos.
           Envolve as estruturas do lobo temporal, especialmente o hipocampo, a amígdala e o giro parahipocampal.

Hipocampo: responsável pela emoção e conversão da memória de curto prazo em memória de longo prazo. Amígdala: reguladora do comportamento sexual e da agressividade, responsável também pelo registro e decifração dos padrões perceptuais. Giro Parahipocampal: responsável pela emoção e a percepção objetiva dos odores.

Sintomas da ELT
            Experiências religiosas/espirituais; Experiências cognitivas; Déjà vu (já visto); Jamais vu (nunca visto); Alucinação visual ou auditiva; Despersonalização (sentimento de irrealidade); Estado de sonho; Medo; Sensação de prazer e felicidade.

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Referências
ROWLAND, Lewis P., Merrit Tradado de Neurologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000.
            FUENTES, Daniel, et al. Neuropsicologia: teoria e prática. Porto Alegre: Artmed, 2008.
http://www.puc-campinas.edu.br/centros/ccv/revcienciasmedicas/artigos/v19n1-6a9.pdf Site visitado dia 05/10/11 às 14h35min.
            http://www.redepsi.com.br/portal/modules/soapbox/article.php?articleID=300 Site visitado dia 05/10/11 às 18h15min.
           http://www.revistaneurociencias.com.br/edicoes/2011/RN1901/revisao/382%20revisao.pdf Site visitado dia 07/10/11 às 17h.

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Elaborado por: Liliane de Oliveira e Renata Gobbi

 

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Desejo



Desejo, primeiro, que você ame, e que amando, também seja amado.
E que se não for, seja breve em esquecer, e esquecendo, não guarde mágoa.
Desejo, pois, que não seja assim, mas se for, saiba ser sem desesperar.

Desejo também que você tenha amigos, que mesmo maus e inconsequentes sejam corajosos e fiéis, e que pelo menos em um deles você possa confiar sem duvidar.
E porque a vida é assim, desejo ainda que você tenha inimigos, nem muitos, nem poucos, mas na medida exata para que, algumas vezes, você se interpele a respeito de suas próprias certezas.
E que, entre eles, haja pelo menos um que seja justo, para que você não se sinta demasiado seguro.

Desejo, depois, que você seja útil, mas não insubstituível.
E que nos maus momentos, quando não restar mais nada, essa utilidade seja suficiente para manter você de pé.
Desejo ainda que você seja tolerante, não com os que erram pouco, porque isso é fácil, mas com os que erram muito e irremediavelmente, e que fazendo bom uso dessa tolerância, você sirva de exemplo aos outros.

Desejo que você, sendo jovem, não amadureça depressa demais,e que, sendo maduro, não insista em rejuvenescer, e que, sendo velho, não se dedique ao desespero.
Porque cada idade tem o seu prazer e a sua dor e é preciso deixar que eles escorram por entre nós.
Desejo por sinal que você seja triste. não o ano todo, mas apenas um dia.
Mas que nesse dia descubra que o riso diário é bom, o riso habitual é insosso e o riso constante é insano.
Desejo que você descubra, com a máxima urgência, acima e a despeito de tudo, que existem oprimidos, injustiçados e infelizes, e que estão à sua volta.

Desejo ainda que você afague um gato, alimente um cuco e ouça o joão-de-barro erguer triunfante o seu canto matinal, porque, assim, você se sentirá bem por nada.

Desejo também que você plante uma semente, por mais minúscula que seja, e acompanhe o seu crescimento, para que você saiba de quantas muitas vidas é feita uma árvore.
Desejo, outrossim, que você tenha dinheiro, porque é preciso ser prático.
E que pelo menos uma vez por ano coloque um pouco dele na sua frente e diga "isso é meu", só para que fique bem claro quem é o dono de quem.

Desejo também que nenhum de seus afetos morra, por ele e por você, mas que se morrer, você possa chorar sem se lamentar e sofrer sem se culpar.

Desejo por fim que você, sendo um homem, tenha uma boa mulher, e que, sendo uma mulher, tenha um bom homem.
E que se amem hoje, amanhã e no dia seguinte, e quando estiverem exaustos e sorridentes, ainda haja amor para recomeçar.
E se tudo isso acontecer, não tenho mais a te desejar.

               Victor Hugo

        Foi um novelista, poeta, dramaturgo, ensaista, artista, estadista e ativista pelos direitos humanos francês de grande atuação política em seu país.
        É autor de Les Miserábles e de Notre-Dame de Paris, entre outras obras.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Desvendando o universo dos tiques


“A doença ainda obscura para a ciência, os TIQUES são desencadeados pela produção excessiva de dopamina, um dos principais neurotransmissores cerebrais. Essa disfunção pode ser desencadeada na infância, por infecções, ou mesmo com o uso de substâncias psicoativas, como a cocaína, mas depende de pré-disposição genética”. (Dra. Ana Hounie)


            Em tempos não muito distantes as doenças mentais eram classificadas estritamente de origem emocional ou psíquica, mas hoje sabemos que as mesmas também podem sofrer influências de uma produção desequilibrada, para mais ou para menos, de substâncias químicas endógenas, ou seja, as fabricadas pelo próprio organismo que são responsáveis também pela integração da mente com o corpo. Os desequilíbrios fisiopatológicos desencadeiam transtornos psiquiátricos e/ou alterações motoras e orgânicas. Na tentativa de suprimir, reduzir e/ou amenizar os efeitos das patologias a ciência através da psicofarmacologia desenvolveu sinteticamente, os fármacos psicoativos tentando imitar a ação dos neurotransmissores e compensar a sua deficiência ou contrabalançar o seu excesso.
          
           O Tique é um movimento motor involuntário, esteriotipado, rápido, recorrente e não rítmico (usualmente envolvendo grupos musculares circunscritos) ou produção vocal, que é de início súbito e sem propósito aparente. Podem ser suprimidos por período variado de tempo. Classificam-se em simples ou complexos e divide-se em:

1 – Transtorno de tique transitório – esta é a forma mais comum e a mais freqüente e aparecem nas formas de piscadas de olhos, caretas faciais ou movimentos bruscos da cabeça. Não persistem mais que 12 meses;

2 – Transtorno crônico de tique motor ou vocal – há tiques motores ou vocais, mas não ambos, podem ser únicos ou múltiplos, e duram por mais de um ano;

3 – Síndrome de Tourette – transtorno de tiques vocais e motores múltiplos combinados - uma forma de transtornos motores múltiplos, um ou mais tiques vocais, simultâneos ou não. Os vocais são, com frequencia, vocalizações explosivas e repetitivas, pigarros e grunhidos, podendo haver o emprego de palavras ou frases obscenas. Os sintomas tendem a piorar na adolescência e persistirem na vida adulta.

            As causas da doença são desconhecidas. Descritas sob dois aspectos:

1 - Influências  
Genéticas: estudos com famílias de portadores indicam que há uma transmissão genética da predisposição à síndrome;

Ingestão de substâncias: drogas ou medicamentos;

Problemas do desenvolvimento: retardo mental, anormalidades cromossômicas ou autismo

Fator psicológico: evento estressante de diferentes naturezas (agradável/desagradável);

2 – Pesquisas
Estudos com ressonância magnética cerebral mostraram que há alterações em algumas estruturas cerebrais, conhecidas como gânglios da base e corpo caloso, de portadores da síndrome;

Tomografias de maior precisão, que funcionam à base da emissão de partículas subatômicas (pósitrons e fótons), revelaram que esses pacientes, em geral, apresentam menor atividade em algumas regiões do cérebro, chamadas córtex frontal e temporal, cíngulo, estriado e tálamo;

Sugestão de que a síndrome de Tourette seja influenciada por um substrato neuroquímico. A principal teoria dessa linha é que, nos portadores do transtorno, há uma atividade maior da dopamina*, a substância que auxilia na transmissão dos impulsos nervosos de um neurônio para outro.

*A dopamina é um neurotransmissor envolvido na regulação do movimento, do humor, da atenção e das funções viscerais.

            Algumas doenças podem ser ou estar relacionadas com os Tiques, são elas:

Mal de Parkinson: causa genética levando à diminuição da elaboração de dopamina por degeneração dos neurônios dopaminérgicos da substância negra;

Depressão: a falta de dopamina com conseqüente ausência de prazer;

Esquizofrenia: excesso de elaboração de dopamina na área tegmental ventral, ocorrendo um derrame excessivo no sistema límbico, determinando alteração das emoções;

Compulsões, psicopatias e dependência de drogas: todas essas alterações ocorrem (entre outros fatores) por falta de dopamina ocasionando a ausência de prazer e a busca constante de sensações prazerosas.
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             Estudo realizado a partir da reportagem “Desvendando o universo dos tiques” de autoria de Kamila Almeida, publicada no Caderno Vida, páginas 4 e 5, da edição do jornal Zero Hora do dia 06/08/2011.
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Elaboração: Elma Lorena Dutra e Márcia Menegassi


Postado por: Liliane de Oliveira

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Abuso Sexual Infantil

“Não falar sobre o abuso sexual não o afasta, apenas colabora com a necessidade de silêncio que o abusador necessita.”

           
           O Abuso Sexual Infantil (ASI) é considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um dos maiores problemas de saúde pública no mundo. Por abuso sexual define-se o envolvimento de uma criança em atividades de cunho sexual que ela não pode compreender, para a qual a criança ainda não se encontra desenvolvida ou capaz de consentir e que violem parâmetros de comportamento ético da sociedade. Estas atividades podem incluir estimulação sexual (a criança tem a genitália tocada ou toca a genitália de um adulto), lesões penetrantes (penetração peniana ou digital na vagina, boca ou ânus) e lesões não-penetrantes (beijos de natureza sexual).
É um fenômeno é encoberto por segredo, “um muro do silêncio”, do qual fazem parte familiares, vizinhos e algumas vezes, os próprios profissionais que atendem as crianças vítimas de violência.
O “muro do silêncio” é um dos maiores problemas enfrentados no combate ao Abuso Sexual Infantil e se cria em função da dinâmica do abuso, quando o abusador normalmente usa da manipulação da criança, criando uma ilusão de confiança e amor, confundindo a cabeça desta. Normalmente ele começa a ameaçar a criança para que ela não conte sobre o abuso, e é neste momento que a criança se sente frágil, confusa e com muito medo, assim criando uma barreira de silêncio dificilmente ultrapassada sem ajuda de um adulto. Os cuidadores costumam não acreditar que isso realmente possa estar acontecendo, pois o abuso sexual é um tabu em nossa sociedade, reforçando o silêncio por parte das crianças e também levando a um silêncio entre adultos.

A criança não costuma inventar casos de abuso.
Não duvide, investigue!
Peça ajuda, essa criança precisa de você!

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Quem é o abusador:
Monstros não se aproximam de crianças, pessoas gentis sim. Tome o cuidado necessário!

Na maioria das vezes são pessoas aparentemente normais e que são queridas pelas crianças e pelos adolescentes. “Meu irmão nunca faria isso, ele é casado e tem filhos.” Mãe de vítima
Na maioria dos casos a criança é abusada por pessoas que já conhecem, pelos pais, padrasto/madrasta, avô/avó, amigos da família, vizinhos, colegas da escola, professor, babá ou mesmo médico.
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Estágios de aliciamento
(Como o abusador envolve a criança)

·           Tornar-se amigo, conquistar sua confiança;
·           Testar se a vítima guarda segredos de atos inofensivos;
·           Criar ilusão de amor e confiança;
·           Experimentar contatos físicos não sexuais (toques acidentais)
·           Diminuir inibições (introduzir algo que envolva sexo como imagens);
·           Atos sexuais propriamente ditos;
·           Chantagem emocional (perda do amor se contar para alguém)
·           Reforçar silêncio e segredo (coerção, jogar com culpa e constrangimento;
·           Terminar relacionamento (vítima não é mais inocente ou passou da idade de preferência).
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Sintomas que a criança pode ter:
(Comportamentos comuns)

·     Interesse excessivo ou evitação de natureza sexual;
·     Masturbação excessiva, ou exibicionismo;
·     Problemas com o sono ou pesadelos;
·     Depressão ou isolamento de seus amigos e da família;
·     Achar que têm o corpo sujo ou contaminado;
·     Ter medo de que haja algo de mal com seus genitais;
·     Rebeldia e delinqüência;
·     Comportamento suicida;
·     Terror e medo de algumas pessoas ou alguns lugares;
·     Respostas ilógicas sobre machucados em suas genitais;
·     Mudanças súbitas de conduta.
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Danos acarretados pelo abuso nas crianças e adolescentes

(de curto prazo)
*Físicas: pesadelos e problemas com o sono, mudança de hábitos alimentares, perda do controle dos esfíncteres.
*Comportamentais: consumo de drogas, fugas, condutas suicidas  ou de auto-flagelo, hiperatividade, diminuição do rendimento escolar.
*Emocionais: medo generalizado, agressividade, culpa, vergonha, isolamento, ansiedade, depressão, baixa auto-estima, rejeição ao próprio corpo (sensação de sujeira).
*Sexuais: conhecimento sexual precoce e impróprio para sua idade, masturbação compulsiva,problemas de identidade sexual.
*Sociais: déficit de habilidades sociais, retração social, comportamentos anti-sociais.

(de longo prazo)
Existem consequências da vivência que permanecem, ou inclusive podem piorar com o tempo, até chegar a configurar patologias definidas.
*Físicas:dores crônicas gerais, hipocondria ou transtornos psicossomáticos, alterações do sono, problemas gastrointestinais, pesadelos constantes, desordem alimentar.
*Comportamentais: tentativa de suicídio, consumo de drogas e álcool, transtorno de identidade.
*Emocionais: depressão, ansiedade baixa auto-estima, dificuldade para expressar sentimentos.
*Sexuais: fobias sexuais, disfunções sexuais, falta de satisfação, alterações da motivação sexual, maior probabilidade de sofrer estupros e de entrar para a prostituição, dificuldade de estabelecer relações sexuais.
*Sociais: problemas de relação interpessoal, isolamento, dificuldade de vínculo afetivo com os filhos.
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Onde denunciar:

O disque denúncia é um programa que além de receber a denúncia do abuso, também orienta sobre o que se deve fazer além da denúncia.
Não tenha medo de denunciar, a criança não tem como se defender, com certeza a vida dela será melhor se não passar por isso.

Ligue gratuitamente para o Disque Denúncia pelo Disque 100.



Elaboração: Débora Cardoso, Marcelo Zwonoc, Nathália Moyses e Suzara Röslli.

Postado por: Liliane de Oliveira

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Sobre as Redes Sociais....


Segundo Freud, em o Mal-estar na Cultura (2010) nós, seres humanos desde muito cedo já experimentamos a tendência a afastar, a eliminar tudo que possa causar sofrimento ou ser fonte de desprazer e permanecer apenas com o que possa nos ser prazeroso. Há, porém, processos psíquicos que implicam certo sofrimento, mas que são necessários a fim de que o indivíduo adquira ferramentas para lidar com sentimentos como frustrações e medos. A interdição de um Terceiro na relação entre a mãe e seu bebê é um exemplo. Esta interdição possibilita ao indivíduo que simbolize a falta da mãe, que mais tarde permitirá que o sujeito renuncie sua onipotência infantil.
Lebrun, no texto Uma Clínica do Social (Um mundo sem limites, 2004) revisita o trabalho psíquico referindo certa economia.
Com efeito, a promoção de um ideal de submissão às coordenadas da ciência não implica mais que seja precisa passar pelos forcados caudinos da castração – ou do ser adulto, para falar simplesmente -, ou seja, deve sustentar que, mesmo havendo impossível, a vida não é, por isso, impraticável.” (Lebrun, 2004)
Essa falta da necessidade de se reconhecer a um Terceiro sua função leva o sujeito contemporâneo a uma “ideologia de pensar viver sem ideologia” (Lebrun, 2004). Com o objetivo de se evitar o sofrimento a qualquer preço ocorre uma inversão: a queixa não está mais no sofrimento legítimo que advém da decepção simbólica, vem da recusa a isso e então, de “não receber dons” (Lebrun, 2004).
Ora, em uma época que traz consigo esse enfraquecimento do simbólico para sustentar as relações sociais segundo Lebrun e em que Freud diz ser árdua demais, cheia de dores e desilusões insuportáveis, faz necessário o uso de lenitivos. E em um momento em que a internet dissolveu limites estratosféricos proporcionando o acesso a praticamente qualquer tipo de informação, diminuindo frustrações e desilusões, surgem as redes sociais aproximando as pessoas.
O indivíduo não precisa mais fazer outros tipos de movimentos a não ser o de ligar seu computador e ali encontrar seus amigos protegendo-se das vicissitudes da convivência. Primeiramente, o número de amigos é, basicamente determinado por uma das partes da relação. Conheço uma pessoa que é “seguidora” do ator norte-americano Ashton Kutcher. Eles são amigos sem que nunca tenham se falado! Retornando às vicissitudes das relações humanas, a conversa via redes sociais é muito melhor controlada. Após digitar-se tudo o que se quer dizer há a possibilidade de se ler tudo novamente e somente então, enviar a sua fala. E se, por acaso o outro não gostou do que ouviu pode simplesmente desligar o computador até pensar no que vai responder. E ainda, o indivíduo fica muito melhor protegido para não manifestar seus fantasmas, suas insatisfações e parecer “cool” o tempo todo, obtendo assim o carinho que tanto almeja.
Uma das características fundamentais na definição das redes é sua abertura e porosidade, possibilitando relacionamentos horizontais e não hierárquicos entre os participantes. “Redes não são, portanto, apenas uma outra forma de estrutura, mas quase uma não estrutura, no sentido de que parte de sua força está na habilidade de se fazer e desfazer rapidamente (Duarte e Frei).” Muito embora um dos princípios das redes seja sua abertura e porosidade, por ser uma ligação social, a conexão fundamental entre as pessoas se dá através da identidade. “Os limites das redes não são limites de separação, mas limites de identidade. (...) Não é um limite físico, mas um limite de expectativas, de confiança e lealdade, o qual é permanentemente mantido e renegociado pela rede de comunicações (Capra).”
O apego é tamanho que, pode acontecer de o indivíduo informar na rede todos os seus passos: “estou no banho, já volto”, “jantando”, “qualquer coisa chama”. Não seria isso uma forma de não suportar ausências e frustrações?



Elaboração: Liliane de Oliveira e Renata Gobbi

Postado por: Liliane de Oliveira